terça-feira, 1 de setembro de 2009

Crítica do Omelete para: THE SPIRIT - O FILME

Crítica feita por Marcelo Forlani

É triste o que vou dizer agora, mas como cineasta Frank Miller foi um dia um ótimo quadrinista. Desde que foi infectado pelo vírus hollywoodiano, ao co-dirigir Sin City com Robert Rodriguez, Miller mudou seu estilo, passou a usar chapéu e está uma caricatura do que foi um dia. Durante a última Comic-Con, eu o acompanhei em alguns painéis, e ele ficava fazendo caretas, fingia que não estava prestando atenção, enfim, criou um personagem com uma postura blasé quase insuportável.
Vale notar que essa é a segunda tentativa dele pela terra do cinema. Nos anos 90, ele escreveu os roteiros de Robocop 2 (1990) e 3 (1993), que ele jura de pé junto não têm nada a ver com o que foi filmado. Parecia que agora ia ser diferente. Ele tratou de esquecer o trauma (e a bronca) do passado e aproveitou a onda atual de adaptações dos quadrinhos para se lançar como criativo nessa mídia que não é a que o transformou em astro nos anos 70 e 80.
Depois que foi convidado a dirigir o projeto, Miller tentou imaginar como Will Eisner, o criador do Spirit, seu amigo e mestre, adaptaria a obra dos quadrinhos para as telas. Eisner, que foi um dos grandes estudiosos da Nona Arte, buscava sempre saídas inovadoras do ponto de vista artístico e narrativo. The Spirit - O Filme (2008) tenta ser inovador no seu visual, aproveitando que o cinema digital de hoje em dia permite uma liberdade praticamente absoluta na hora de criar algo.
Porém, liberdade sem disciplina é perigoso demais. E o Miller artista ganhou a disputa contra o Miller contador de histórias. Se tem um cenário virtual lindo e uma paleta de cores acinzentada que só realça as cores em momentos chave, toda essa fuga da realidade levou o filme para um lugar que não tem mais lógica e até soa virtual demais. É impossível não notar que há algo errado na cena em que Sand Saref (Eva Mendes mais voluptuosa do que nunca) mergulha em um lugar em que estava com água na altura da canela. E vê-la nadando, o que seria o sonho (molhado, claro) de muito marmanjo, mostra-se muito menos sexy do que poderia porque a cena foi filmada visivelmente fora da água.
Nesse momento do filme, o vilão Octopus (Samuel L. Jackson) e Sand disputam dois baús, cada um com um tesouro específico. Octopus está atrás do vaso com o sangue de Héracles. Enquanto a gatuna em roupas coladas quer o tesouro dos Argonautas. Para o filme não ficar com apenas 20 minutos de duração, cada um fica com o baú que o outro queria. Por meio de flashbacks descobrimos que Sand foi namoradinha de Denny Colt, o policial novato que acabou morto e se tornou Spirit (Gabriel Macht), o defensor de Central City. A trama vai se desenvolver até que todos os personagens tenham seus destinos cruzados - como manda a fórmula.
Junte à histriônica história momentos desnecessariamente violentos, merchandising mal feito, atuações caricatas e um sem-número de frases de efeito e você terá uma ideia do que é The Spirit - O Filme. Nem as lindas mulheres (Miller caprichou nas femme-fatales, escalando além de Eva Mendes, Scarlett Johansson, Jaime King e Paz Vega), a presença de Dan Lauria (o pai do Kevin Arnold) e o mais-que-exagerado Samuel L. Jackson conseguem salvar o filme de um fracasso anunciado - e cumprido. E digo isso com muito pesar, pois queria muito ter gostado do resultado final. A dúvida agora é: será que Hollywood vai dar a terceira chance ao Frank Miller?
Leia entrevista exclusiva com Frank Miller
Assista a clipes do filme

O Curioso Caso de Benjamin Button - Crítica

Crítica feita por: Calebe Lopes

Ultimamente, tenho assistido à muitos filmes tristes, com finais tristes, e sem noção...
O Curioso Caso de Benjamin Button é o contrário. Bem, mais ou menos o contrário: o filme trata de um homem cujo processo de vida é justamente o contrário do nosso - ele nasce velho(com 80 anos) e a partir que o tempo vai passando, ele vai rejuvenescendo, até morrer com 80 anos mas bebê. É meio louco, eu sei, mas é justamente esta loucura( bem criativa por sinal) que fez o filme ser um fenômeno. Acontece que o tal Benjamin( brilhante performance de Brad Pitt) se apaixona por uma garota e vice-versa. Só que o problema é que enquanto ela vai envelhecendo ele vai rejuvenescendo. Bem, é isso que faz o filme ser meio triste, porque já podemos imaginar o final, mas faz também com que seja um filme bonito, lindo, que nos faz refletir sobre o amor e sobre a vida. Essas coisas fazem com que o filme seja inesqucível, ainda mais por causa dos brilhantes efeitos especiais, que fazem que Brad Pitt vire desde um bebê na faixa dos 70, até um jovem adolescente de seus 20 anos. O filme então é marcado por isso, o amor de Benjamin e Deise( a mulher por quem se apaixona) e suas decepções por causa do problema de Benjamin. Acho que foi um bom filme, que rende boas lágrimas, muitas risadas( durane todo o filme, há um velho que conta como foi atingido por um raio 7 VEZES!!! ) e a reflexão sobre a vida que todos necessitamos fazer( se estamos vivendo bem, da maneira certa e qual a melhor forma de envelhecer, etc.). Boa opção de filme, para quem ama se emocionar, por isso, eu recomendo-o.